Solos do Brasil: Espodossolos

Foto: Maria de Lourdes Mendonça Santos. Sedimentos arenosos marinhos do Quaternário, Quissamã-RJ.

Os solos brasileiros se classificam em 13 classes contidas no Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS). Essa diversidade é decorrente da grande extensão territorial do país, o qual apresenta diferentes condições geográficas que influenciam diretamente na formação de diferentes solos. Fatores como clima, geologia e manejo determinam as características químicas, físicas e morfológicas do solo.

Essa semana trazemos os espodossolos. Do grego "spodos", cinza vegetal, solos com horizonte subsuperficial com acúmulo de materiais orgânicos associados à presença de alumínio e/ou ferro.

Os espodossolos representam uma parcela de cerca de 2% da superfície do território brasileiro; são encontrados na restinga, em toda a costa brasileira e no interior da Amazônia Ocidental, onde são bastante expressivos. Caracterizam-se pelo acúmulo de matéria orgânica e alumínio em seus horizontes, podendo ou não apresentar acúmulo de ferro. Apresentam um horizonte subsuperficial muito duro e de coloração escura ou acinzentada, sobreposta por uma camada mais clara e arenosa.

Devido à dureza subsuperficial, as raízes encontram dificuldade em penetrar o solo; além disso, a matéria orgânica ácida dissolve os compostos de alumínio e ferro que se deslocam para as camadas mais profundas, tornando-se um solo impróprio para o cultivo.

Pelo fato de estarem localizados na faixa litorânea, os espodossolos são ameaçados pela poluição costeira e pelo aumento dos níveis dos oceanos provocados pelo derretimento das geleiras. Por isso, a sua conservação depende da diminuição dos níveis de poluição nos oceanos e da emissão de gases do efeito estufa.

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Santana, M.; Azarias, V. (2021) Solos do Brasil: Espodossolos.